Dentro da programação da 1ª Agritec – UTFPR-DV de portas abertas, foi realizada, o dia de campo do trigo. O evento foi pensado para levar ao produtor soluções para o aumento de qualidade do cereal e aconteceu numa parceria entre a instituição de ensino, Associação Empresarial de Dois Vizinhos (ACEDV/CDL) e Gaio Agronegócios. “Nós temos, dentro do plano DV 2030, o grupo do trigo que busca trazer cultivares e manejos da cultura para elevarmos a qualidade do cereal produzido aqui. Nossa região, nos últimos anos, não tem conseguido entregar um produto de muita qualidade e o objetivo foi trazer o que temos de mais novo em cultivares e genética para conhecer e testar. Nos propusemos a fazer o plantio, tratamentos e vamos colher separado cada cultivar para, posteriormente, mandar para laboratórios e entender as características e qual tem mais viabilidade econômica e mercado, além de se encaixar melhor no perfil da região. Com isso, na próxima safra, vamos trazer uma quantidade reduzida de materiais que tenham essa procura pelo mercado e, assim, agregar valor à nossa produção”, explicou Ricardo Gaio, diretor de agronegócios da ACEDV/CDL.

O evento reuniu produtores, empresas, técnicos e alunos. “Nós temos um plano de ação e metas que foram definidas com o foco de buscar qualidade na produção, principalmente, no produto colhido. Temos tido problemas, a indústria está recebendo trigo com qualidade não tão boa e o grupo está estudando ações relacionadas a melhoramento genético de cultivares, zoneamento para plantio, manejo da cultura, traços culturais, tratamentos fitossanitários e discutindo ações para buscar melhorar essa cadeia produtiva. Nós, como grupo, visamos melhorar o processo, envolvendo atividades que possam aprimorar o sistema produtivo do produtor, estamos estudando, inclusive, dinâmicas nas cerealistas para, talvez, separar diferentes tipos de trigo recebidos e ter um mercado específico para os de melhor qualidade, agregando valor ao produto dentro da cadeia”, destacou o professor Dr. Laércio Sartor, que coordena o grupo do trigo.

O dia de campo foi o segundo evento. “Estamos há 8 meses trabalhando com isso e já organizamos um Hackathon, com 14 grupos inscritos aqui na UTFPR, que expuseram ideias para melhorar o processo. Agora, tivemos a tarde de campo, dentro de uma linha de buscar o que temos de genética e trazer essa melhoria na qualidade. Partimos para essa demonstração no dia de campo e, o evento em si, foi interessante e envolveu técnicos de várias empresas, representantes de outras instituições, produtores, alunos, alcançando cerca de 150 pessoas”, completou o professor.

Por fim, Laércio destacou que, aumentando a quantidade, melhora-se também o rendimento do produtor. “Estamos num ano com o trigo com problema climáticos, excesso de calor, doenças e preço baixo, com um custo alto lá atrás na época do plantio. Um problema bastante sério e, por isso, estamos buscando alternativas para que a produção seja viável. São desafios grandes, a ideia é começar com o trigo, talvez ir para outras culturas, mas vamos dando um passo de cada vez. Já promovemos dois eventos e, aos poucos, vamos interagindo com a sociedade para melhorar essa cadeia de produção de alimentos na região”, conclui.