Uma Jornada de Resiliência
Celia Montagner, ex-proprietária do CCAA, uma renomada escola de idiomas em Dois Vizinhos, comemora um momento significativo e emocionante em sua vida: o reencontro com pessoas especiais para celebrar o primeiro aniversário de seu transplante de células-tronco de medula óssea. Ainda em acompanhamento médico e realizando exames regularmente, continua se cuidando diligentemente para evitar adoecer. Escolhe não focar no que mudou em sua vida ou no sofrimento que enfrentou. “Todos os dias agradeço pela chance que me foi dada para continuar vivendo”, compartilha.
Ainda lidando com sintomas decorrentes da doença do enxerto, descreve sua realidade: "Tenho sensibilidade nos dentes, lesões nas mucosas da boca, não posso ficar exposta à luz solar e tenho alguns problemas na pele. Faço uso contínuo de medicamentos como antibiótico, corticóide, antiviral, antibacteriano e vitaminas", relatou para nossa coluna.
Atualmente residindo em Curitiba, planeja acompanhar seu esposo, Marcelo, quando ele viajar a trabalho para Dois Vizinhos. De acordo com ela, desde criança apresentava sinais como palidez e hematomas; na vida adulta, seus hemogramas mostravam uma quantidade de leucócitos abaixo do mínimo. Apesar disso, nenhum médico a orientou a consultar um hematologista.
Em 2020, após consultar uma especialista em Curitiba devido à baixa nas três linhagens sanguíneas (hemácias, leucócitos e plaquetas), foi diagnosticada com Síndrome Mielodisplásica. Essa condição genética não possui tratamento, apenas acompanhamento médico contínuo.
O quadro instável de imunidade causou infecções recorrentes, incluindo uma internação de quase 15 dias por COVID-19 em fevereiro de 2021.
No segundo semestre de 2022, seu estado de saúde piorou e, no início de 2023, um exame denominado Painel Mielóide revelou a probabilidade de a síndrome evoluir para leucemia entre três e cinco anos.
“Em março do mesmo ano, durante uma longa conversa com a médica, concordei que meu nome fosse colocado na lista do Redome. Esperava realizar o transplante sem maiores intercorrências, mas em julho tive que ir para Curitiba às pressas devido às alterações no exame de sangue e aos sintomas como hematoma nas costas, dor no osso do peito, na lombar e nos pés”, relatou Celia, revelando que infelizmente houve evolução para LMA (Leucemia Mielóide Aguda). “Após dois ciclos de quimioterapia intensa, fui presenteada por um anjo. Esse anjo é minha doadora austríaca”, revelou.
"Meu estilo de vida saudável e sem vícios foi muito importante no processo pré e pós transplante. Já buscava viver de forma equilibrada e valorizava a vida. Sou muito grata às pessoas que fizeram orações, ao apoio de familiares e amigos, à doadora, à equipe médica e à ciência."
Parabéns a Celia por sua coragem e determinação em enfrentar a doença. Este certamente é o primeiro de muitos aniversários comemorando sua nova vida. Feliz aniversário de renascimento!