Na noite de terça-feira, 11, durante reunião da diretoria da Associação Empresarial de Dois Vizinhos (ACEDV/CDL), o psicólogo Thiago Dambros, da secretaria de assistência social, foi convidado para falar sobre pessoas em situação de rua no município. O assunto tem gerado debate entre empresários associados a entidade. Na sua fala, Thiago destacou o crescente número de pessoas que estão nessa situação em todo o Brasil. “No Brasil, o número de pessoas cresceu 38% nos últimos três anos e, atualmente, uma em cada mil pessoas mora na rua. Em Dois Vizinhos, são cerca de oito moradores de rua, ou seja, um morador de rua para cada 5.608 habitantes. Aqui, o público é bastante flutuante e um dos principais problemas das pessoas aqui é o alcoolismo que gera a ruptura com a família”, explicou Thiago.

Ele ainda falou sobre a legislação. “A resolução do conselho nacional dos direitos humanos veda a remoção de pessoas que estão em espaços públicos. É recorrente sermos chamados com esse objetivo e nós sempre verificamos, orientamos e se a pessoa se nega a sair da rua não podemos retirar ela daquela via. A gente sempre trabalha com a perspectiva de reconstruir projeto de vida dessas pessoas, mas sempre é muito difícil. As pessoas que acompanhamos já passaram por tratamentos e até internação, mas também tem muita recaída. Algumas estão na rua pelo alcoolismo e também por opção própria e é um desafio, um gargalo fazer esse tratamento e com que ele seja eficaz”, completou.

O que fazer?

Se a pessoa está em situação de rua e quer mudar de vida ou está de passagem no município e quer voltar a sua cidade a orientação é ligar para o Creas (3536-2953). 

Se a pessoa tem problema com álcool e deseja tratamento a recomendação é ligar para o Cras (99911-9057). 

Se a pessoa está passando mal (risco de morte ou necessita de tratamento imediato) a pessoa deve ligar para o Samu 192. Vale lembrar que o órgão não atende situações de alcoolismo. 

Se a pessoa em situação de rua cometer algum crime, deve-se ligar para a Polícia Militar (190). 

Ele também indicou que se a pessoa está pedindo dinheiro não é crime e se está nas calçadas não pode ser retirada, porque é espaço público. “Eu quero estimular os duovizinhenses a buscarem o diálogo com essas pessoas. Tentem saber o nome, o que ela precisa, o que aconteceu na vida para chegar nessa situação e repassar para nós, da abordagem social, que pode ajudar a situação”, conclui.