Engenheira Florestal de Dois Vizinhos é homenageada no Paraná

08 de julho de 2025    393 views

Em uma noite marcada por emoção, reconhecimento e inspiração, o Crea-PR realizou a quarta edição da premiação que leva o nome da engenheira Enedina Alves Marques, formada no Paraná, que se tornou a primeira mulher negra engenheira no Brasil. O Prêmio, organizado pelo Comitê Mulheres do Crea-PR, com apoio da Mútua e CredCrea, reuniu na solenidade autoridades e convidados das homenageadas, no Instituto de Engenharia do Paraná, em Curitiba.

Enedina como símbolo e inspiração

A memória de Enedina foi lembrada logo na abertura como símbolo de luta e superação. O nome da engenheira dá identidade ao prêmio e reforça a importância da representatividade feminina na Engenharia, Agronomia e Geociências.

Falas destacam compromisso com equidade e valorização das mulheres engenheiras

O presidente do Crea-PR, eng. agr. Clodomir Ascari, destacou que o evento é fruto do trabalho e organização das mulheres do Sistema. “Esse evento é todo organizado por mulheres, e isso tem um significado enorme. Acompanho o trabalho nas Câmaras Especializadas e sei como não é fácil fazer a escolha das homenageadas indicadas, basta olhar o currículo de cada uma para perceber o capital intelectual que temos no nosso estado”, afirmou. Ele citou ainda o Programa Mais Engenharia, como um exemplo de ação pela equidade, pois metade das vagas que serão publicadas em edital é destinada às engenheiras.

Ascari também agradeceu a presença das autoridades, famílias e convidados e destacou o compromisso do Crea-PR com o combate à violência contra a mulher. “Desde que iniciamos o trabalho para obter o Selo de Boas Práticas no Combate à Violência contra a Mulher, temos nos empenhado em divulgar cada vez mais esse tema e incentivar sua adoção. Temos hoje 70 mil engenheiros registrados no Paraná, e, em nome de todos eles, parabenizo as homenageadas. É um motivo de muito orgulho dividir esse momento com vocês e com seus familiares”.

A secretária estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Eng. Civ. Leandre Dal Ponte, destacou a relevância da homenagem realizada pelo Crea-PR às engenheiras paranaenses e parabenizou a iniciativa. “Essa é uma homenagem extremamente significativa. Parabéns ao Crea por reconhecer essas mulheres e suas trajetórias. É fundamental dar visibilidade a essas profissionais que tanto contribuem para a engenharia e para a sociedade”.

Ela celebrou a presença de homens e mulheres no evento, ressaltando a importância da atuação conjunta e equilibrada na busca por equidade. “Fico feliz em ver que temos aqui homens e mulheres reunidos. Só no trabalho unido, de forma harmônica e respeitosa, conseguimos avançar em igualdade”.

A secretária também mencionou o Selo de Boas Práticas no Combate à Violência contra a Mulher, auditado pela ABNT, destacando o compromisso institucional do Crea-PR com a pauta da proteção e da equidade de gênero. Em sua fala, Leandre ainda refletiu sobre a desigualdade de representação entre homens e mulheres na política e nos espaços de decisão, exemplificando com o número reduzido de deputadas em relação aos deputados. Ela destacou que, muitas vezes, as mulheres enfrentam barreiras internas e sociais para aceitar oportunidades, devido às construções de papéis sociais ainda muito presentes. “Quando falamos em políticas de igualdade, não podemos tratar os desiguais da mesma forma. Precisamos compreender essas diferenças estruturais e trabalhar para corrigi-las com justiça”.

Protagonismo feminino em destaque

A noite contou ainda com a palestra da professora e pesquisadora Dra. Luciana Panke, autora do livro Caminhos para o Protagonismo Feminino. Ela celebrou o espaço de fala e de escuta construído no evento. “Fiquei muito feliz com a participação de tantos homens nesta noite. Isso mostra que esse tema é, sim, coletivo. O protagonismo feminino se constrói com o envolvimento de todos, e momentos como este são fundamentais nesse processo”.

Dra. Luciana Panke, especialista em Comunicação Pública e de Gênero, reforça que o protagonismo feminino não é construído individualmente, mas em rede, por meio de reconhecimento, representatividade e espaços de fala. Em suas palestras e em suas obras, defende que “ninguém é protagonista se não for percebido como tal”, e por isso é essencial dar visibilidade às trajetórias de mulheres que rompem barreiras e inspiram outras. Para Luciana, a presença feminina em ambientes historicamente masculinos, como a engenharia, não deve ser vista como exceção, mas como um direito legítimo, que precisa ser sustentado por políticas institucionais de equidade e por narrativas que valorizem essas conquistas. O protagonismo, segundo ela, nasce da combinação entre competência, oportunidade e reconhecimento social.

Homenageadas

As homenagens foram entregues pelo presidente do Crea-PR, eng. agr. Clodomir Ascari, pela coordenadora do Comitê Mulheres, eng. agr. Losani Pertotti, pela secretária estadual Leandre Dal Ponte, pela presidente em exercício do Senge-PR, eng. cartógr. Ágatha Branco e pelas conselheiras engenheiras Maria Cristina Graff e Sandra Cabel.

Em seu pronunciamento, a Engenheira Florestal Valéria Mariano da Silva, assim se expressou: “Agradeço ao Crea e aos conselheiros Flávia e Eleandro Brun, que me indicaram, à minha entidade e aos meus colegas. Como mulher e como mulher negra, me sinto profundamente honrada com esse Prêmio. A engenharia é um trabalho coletivo, e mesmo sabendo das dificuldades que enfrentaria, escolhi seguir esse caminho. Espero inspirar outras meninas e mulheres, para que vejam que elas também podem.” 

A matéria completa, incluindo as falas de todas as homenageadas está disponível no site: www.crea-pr.org.br

Fonte: https://www.crea-pr.org.br/
 
 
 

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