Associação Empresarial está engajada na semana D de mobilização pela frequência escolar
Iniciou na segunda-feira, 8, e segue até a próxima sexta-feira, 12, a ‘Semana D’ de mobilização pela frequência escolar. Em Dois Vizinhos, o Núcleo Regional de Educação (NRE) está com uma série de ações para alertar a comunidade sobre os malefícios dos alunos estarem distantes das escolas. “Temos um trabalho desenvolvido, encaminhado em todos os municípios abrangidos pelo NRE e, em 2024, agregamos uma força maior que é a Associação Empresarial de Dois Vizinhos (ACEDV/CDL) porque queremos nossos meninos, meninas, adolescentes na escola. Pensamos na aprendizagem, no desenvolvimento integral, realização dos sonhos futuros, aprimoramento, formação para o mercado de trabalho e, por isso, trouxemos a entidade empresarial que nos atendeu prontamente. Também chamamos os vereadores para nos apoiar e solicitamos engajamento de todos. A educação é um direito da criança e adolescente e queremos garantir, através desse trabalho, que todos tenham esse acesso. Nossa prioridade é tirar as crianças das ruas, garantir direitos prioritários e, através de tudo isso, desenvolver para um futuro melhor. Parece um clichê falar que precisamos estudar para ter um futuro melhor, mas é a realidade. Chuva, preguiça, passar a noite no celular não podem ser motivos para ficar em casa e precisamos de todos nessa luta”, disse Andreia Lorenzi, técnica de educação e direitos humanos do NRE-DV que é responsável frequência escolar.
Josiane Grando, presidente da ACEDV/CDL, falou sobre a parceria com o NRE-DV. “Além de representar a classe empresarial nas frentes que envolvem produtos, serviços, capacitações, temos o dever moral de desenvolvimento local e também de desenvolver novos líderes e profissionais. Esses serão os profissionais que vão cuidar dos nossos negócios no futuro e temos que inspirá-los. Quando fomos procurados, prontamente eu atendi porque temos vivido um pós-pandemia com muitas dificuldades, de retornar as crianças, os jovens para o verdadeiro propósito. Hoje temos profissionais de diversas áreas dentro da nossa entidade que estão à disposição para desenvolver projetos dentro das escolas. Não foi construído nada concreto ainda, ontem tivemos reunião com diretores e supermercados, mas já começamos a ter diálogo, num primeiro movimento”, destacou.
Josiane destacou que três reuniões já foram realizadas para debater o assunto internamente. “Nossa ideia é, junto com o Núcleo de Recursos Humanos, que conta com profissionais de grandes empresas e vamos tentar colocar pra esses alunos o que eles precisam para ingressar no mercado de trabalho com qualidade. Nós, enquanto indústria, também queremos motivar os jovens também a olhar para esse setor com carinho mostrando algumas histórias. Eu sempre falo que o Saulo Mattos, vice-presidente da ACEDV/CDL, entrou na Kucmac com 17 anos e hoje ele tem a indústria dele com mais de 20 empregados. Também queremos disponibilizar os profissionais ligados a nossa entidade para estar dentro das escolas e falar com os jovens, desenvolver eles, ir para o âmbito psicológico com os pais, mostrar os cases de sucesso. Dentro da entidade, temos também o ACEDV Empregos onde um profissional avalia perfil, currículos, para colocar profissionais no mercado. Hoje, a demanda é muito alta. Temos muitas vagas e poucos talentos e isso também precisa ser mostrado. Nós, enquanto empresários, precisamos reverter isso. Temos falado isso, as pesquisas apontam que na metalmecânica, por exemplo, um profissional sem experiência começa ganhando R$ 2,5 mil e quando se especializa chega a R$ 5 mil. As vagas hoje fazem com que jovem ganhe bem, mas ele precisa ter a perspectiva de desenvolvimento”, completou.
Faltas em alta...
A média de faltas nos sete municípios atendidos pelo NRE é de 10%. “A primeira coisa que faço no trabalho é acessar o sistema para entender a frequência escolar. Temos ferramentas bem modernas para isso. Hoje, por exemplo, tive uma surpresa bem desafiadora que ontem, 8, nós tivemos 18% de alunos fora das salas de aula (de um total de 7.420 matrículas). Vale ressaltar que choveu. Até a semana nove, estávamos, no NRE de DV, com uma frequência em 90%. Monitoramos, via sistema, também os atestados médicos e queremos uma frequência superior a 95%. Estamos descendo uma escada. Quando olhamos os dados, da primeira semana até agora, estamos só caindo”, lamentou Andreia.
A família pode ser responsabilizada pelas faltas de menores de idade na escola. “A primeira busca é pela escola, que faz contato com a família, visitas domiciliares em alguns casos e, se não tivermos retorno, tudo é encaminhado para o conselho tutelar, que faz visitas, aciona as famílias e elas acabam tendo prazos para cumprir. Aí caso não aconteça nada, são feitas buscas novamente pela escola, vai para o conselho novamente, que busca mais uma vez solucionar. Temos algumas pesquisas que apontam os motivos para a infrequência e os que mais são apresentados são desinteresse e desmotivação. O jovem diz não ter perspectiva e muitos acham que os empregos estão bons”, completou a técnica.