Na pandemia, brasileiros e argentinos buscam alternativas para superar a crise

14 de julho de 2020    221 views

Desde a ocorrência da pandemia de Covid-19, as aduanas de turismo estão fechadas nas fronteiras de Brasil e Argentina. Na região sudoeste do Paraná, a economia da Tríplice Fronteira, que tem os municípios de Barracão (PR), Dionísio Cerqueira (SC) e Bernardo de Irigoyen (ARG), foi diretamente impactada. Neste período, o Comitê de Desenvolvimento Territorial das Micro e Pequenas Empresas (La Frontera Brasil/Argentina) tem trabalhado em uma série de ações para minimizar a crise e motivar o empresariado.

Talita Casagrande, presidente do La Frontera (grupo binacional de líderes públicos e privados), esclarece que têm sido estudadas ações macroeconômicas, pensando no período pós-pandemia.

“Estamos elaborando um protocolo sanitário binacional, juntamente com o CIF (Consórcio Intermunicipal da Fronteira), o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e as associações empresariais. Temos recebido mentorias e estudamos a possiblidade de aplicar um modelo que está em utilização na União Europeia, prevendo possibilidades comerciais com segurança sanitária”, explica Talita.

Paralelamente, o La Frontera tem trabalhado outros aspectos, como a mobilização social via redes sociais para que as medidas preventivas sejam seguidas e também para resgatar a história da Fronteira.

Raquel Voll Carvalho Schwab, presidente da Ascoagrin (Associação Empresarial da Fronteira), é diretora do grupo de Cultura e Comunicação do La Frontera, ressalta que os integrantes do comitê têm trabalho muito mais durante a pandemia.

“Não estamos de braços cruzados, esperando algo acontecer. Temos trabalhado em busca de alternativas. Em parceria com o Sebrae e associações empresariais da região, por exemplo, fizemos uma maratona de lives voltadas para os pequenos negócios”, aponta Raquel.

O grupo também tem desenvolvido ações para a divulgação da nova marca nas redes sociais e um projeto para comercialização de produtos.

“Trata-se de uma ferramenta de compras online em que o fluxo seria apenas de produtos, sem a circulação de pessoas”, conta Raquel. O projeto está em compasso de espera após o aumento do número de casos de Covid-19 e o decreto que implantou o toque de recolher na região, no dia 26 de junho.

Projeto de integração
Ao mesmo tempo, outros grupos do comitê La Frontera trabalham em um projeto para integrar as cidades de Santo Antonio do Sudoeste e San Antonio. O Passeio Costaneiro da Integração prevê uma área integrada com aproximadamente de 1,5 km de extensão, no rio San Antonio (que divide os países), com anfiteatro para a Festa da Amizade e outros eventos. Nos dois lados, caçadas, ciclovias, mirantes, lagos, decks, academias ao ar livre, instalações urbanas (bancos, lixeiras, banheiros) e iluminação.

“Tudo concebido de forma integrada. A premissa é mudar o conceito de limite pelo de lugar. E, fundamentalmente, recuperar um espaço ambiental degradado para unir dois países, dois estados e dois municípios em um só conglomerado urbano”, explica o arquiteto argentino Diego Gimenez, vice-presidente do comitê La Frontera.

Recursos para a primeira parte da obra já estão destinados no lado brasileiro, enquanto os argentinos pleiteiam verbas junto à Província de Misiones, com expectativa de que o montante seja liberado até o final deste ano.

Diogo Kalinke, consultor do Sebrae/PR, salienta que os integrantes do comitê La Frontera têm mostrado a importância do protagonismo local para encontrar alternativas durante o fechamento das fronteiras.

“Além de mostrar as potencialidades da região de Fronteira, os grupos têm feito uma série de ações que contribuem para a comunidade. Por meio da união de brasileiros e argentinos, vários projetos que visam a integração e o desenvolvimento econômico e social local têm sido feitos”, completa Diogo.

Fonte: Assessoria de Imprensa Sebrae
 
 
 

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