Primeira edição da BeefExpo 2015 & I Congresso Latino-Americano de Pecuária de Corte reúne 1.200 participantes em Foz do Iguaçu e mostra Feira de Negócios, Exposição de Animais, Julgamento da Raça Nelore, palestras técnicas e de Mercado, e um intenso relacionamento entre os participantes.
Um novo modelo de encontro para a Pecuária do Brasil e da América Latina, que privilegia relacionamento, bons negócios, tecnologia, mercado, debate e a figura central do segmento: o boi brasileiro, de diversas raças. Esta foi a principal avaliação feita sobre a BeefExpo 2015 & I Congresso Latino-Americano de Pecuária de Corte pelos 1.200 pecuaristas, executivos e especialistas que participaram dos dois dias do evento, em Foz do Iguaçu, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention. Um evento que surpreendeu toda a cadeia da bovinocultura da América do Sul e que já está sendo considerado o melhor evento do ano.
Foram vários os diferenciais que atraíram congressistas e visitantes de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, México, Estados Unidos, China e Costa Rica. A cidade de Foz do Iguaçu (PR) foi eleita devido à sua localização estratégica, próxima a produtores e das fronteiras com Argentina e Paraguai, eixo sul-americano que vai ser a segunda região do planeta responsável pelo crescimento na produção e no consumo da carne bovina. Outubro é o mês de alta estação do turismo na cidade e o local escolhido encantou a todos pela beleza, dimensão e luxo em todas as dependências do Recanto Cataratas.
Um dos pontos altos do evento foi a retomada dos julgamentos da raça Nelore no Sul do Brasil, com a disputa envolvendo animais ligados à Associação dos Neloristas do Paraná (ANEL), que valeu pontos e posições dentro do ranking da ANEL e da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). “Estamos trabalhando para incrementar a produção e a seleção de rebanhos de qualidade para o plantel da raça Nelore dentro do Paraná. E voltarmos ao circuito nacional de julgamento da raça é um dos passos mais importantes neste sentido. Fazer isto em Foz do Iguaçu, uma cidade símbolo para o Estado, é como realizar um sonho antigo”, celebrou Raphael Zoller, empresário, criador e presidente da ANEL. Outro destaque foi a inédita Mostra de Animais, que contou com representantes das raças Sindi, Senepol, Braford, Angus e Braford, vindos de fazendas do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Todos os plantéis ficaram instalados em local privilegiado a frente do hotel, sob os olhos atentos de quase trinta tratadores.
Ainda falando do Boi Brasileiro, na área do foyer, entre a Feira de Negócios e o auditório principal, foram montados lounges que mostraram o trabalho feito por raças como Senepol, Sindi, Hereford e Braford, além de uma área especial para a exibição de um animal de cada uma das raças presentes ao evento. A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil promoveu uma degustação de carnes do Programa Nelore Natural e uma exposição de equipamentos utilizados na produção dentro de fazendas e agropecuárias, como balança, bebedouro, curral, etc., foi montada na frente da entrada principal do Recanto Cataratas Thermas Resort. “Isto ficou lindo demais. Este local, os animais, este cheiro de Pecuária”, comentaram felizes Fernando Nemi Costa, da Costa Assessoria Pecuária, e Adaldilho Castilho, da Fazendas Reunidas Castilho.
Na área de conhecimento, foram sessenta palestras em dois grandes painéis. O Beef 360º, com as apresentações técnicas promovidas pelas empresas, e o Beef Management, onde os especialistas examinaram as questões do mercado da produção de carne bovina, tradicionais e renomados pecuaristas analisaram e debateram todos os ângulos que marcam a atividade, e representantes dos três grandes frigoríficos, que abatem 85% da produção brasileira, refletiram sobre como todos os elos da cadeia podem trabalhar no sentido de uma carcaça mais padronizada, com expessura mínima de gordura e ph aceitável. “A margem líquida da pecuária saiu de 50%, na década de 70, e hoje gira em torno de 15%. Isso quer dizer o produtor tem que quebrar paradigmas, mudar seu sistema de produção. Ou mudar sua vida. Não dá para continuar produzindo como há 40 anos”, explicou o pesquisador da Agência Paulista de Tecnologias Agropecuárias (APTA), Gustavo Rezende .
Sobre as perspectivas para o segmento, o diretor do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq | USP, Sergio de Zen, falou que esse é o momento de investir no que é necessário e sugeriu: “Verifique se sua genética é compatível com seu pasto, com seu pessoal, pois não tem receita. Cada empresário tem que fazer a sua análise. Você é o responsável, o dono da propriedade. E não adianta o pecuarista sair da atividade. A longevidade da atividade é imensa e ela perde produtividade porque falta investimento”, decretou. Em suas projeções para 2024, o especialista Osler Desouzart afirmou que o Brasil deverá seguir liderando as exportações de carne bovina, com 20,3% do mercado. Mas é preciso não esquecer nunca de ser eficiente. “Vocês querem ganhar dinheiro? Precisam vender cada corte para os países que pagam mais por eles. A carne bovina vai crescer e o Brasil seguirá sendo potência. Agora, do plantel de produtores que temos hoje, apenas 20% dos produtores vão sobreviver”, previu Osler Desouzart.
No encerramento do primeiro dia de atividades, foi realizada a cerimônia de entrega do Prêmio BeefWorld aos treze destaques do segmento em 2015, eleitos por meio de votação direta no site da Revista BeefWorld.Empreendedor do Ano: Pedro Merola Programa de TV: Giro do Boi da JBS Canal Rural, Professor/Pesquisador: Flavio Rezende, Produtor de Bezerros: Rubinho Catenacci, Produtor de Carne de Qualidade: Valdomiro VPJ, Produtor de Genética: Calos Viacava, Produtor Integração lavoura-pecuária: Mateus Arantes, Produtor Bem Estar Animal: Beatriz Biaggi, Confinador: André Perrone, Liderança Pecuária: Luis Claudio Paranhos, Profissional de Insumos: Luis Fernando Tamassia, Profissional Consultor: Antonio Chaker, Profissional Indústria Frigorífica: José Pedro Crespo. O prêmio também fez três homenagens especiais: Usina Hidrelétrica de Itaipu, Raphael Zoller, da ANEL, e Carlos Alberto da Silva, da Publique. A noite terminou com a entrega dos prêmios aos vencedores da primeira bateria de disputas do Julgamento da Raça Nelore da ANEL e um coquetel oferecido pela Safeway Agro a todos os participantes.
A BeefExpo ainda trouxe a feira exclusiva de negócios, com a presença de mais de trinta importantes empresas do segmento, que levaram as novidades tecnológicas nos setores de equipamentos, genética, nutrição, processamento, reprodução, instalações e saúde animal. Também mostrou o Primeiro Congresso Internacional de Agrojornalismo (AGROJOR), que contou com uma conversa franca e aberta entre jornalistas do segmento e os diretores dos três frigoríficos que abatem 85% do boi brasileiro: JBS, Marfrig Group e Minerva Foods. E homenageou os tratadores, pessoas chave para a presença dos animais num evento como este, que ganharam um churrasco completo ao fim das atividades do primeiro dia do evento, além de brindes em um animado sorteio que fechou todas as atividades da BeefExpo 2015. “Quero parabenizar os organizadores por realizar um evento deste nível em Foz do Iguaçu e resgatar a tradição da Pecuária de Corte que o Paraná já possuiu. E quero firmar um compromisso de que o Governo do Estado vai dar todo o apoio ao evento nas próximas edições”, declarou o Deputado Federal, Secretário de Agricultura do Paraná e integrante da Frente Parlamentar da Agricultura, Abelardo Lupion. “Este é um momento mágico. Estamos assistindo o nascimento de um grande encontro da Pecuária, com jornada de conhecimento, negócios, confraternização, e exposição e julgamento de animais. O Paraná e o Brasil só têm a ganhar com este evento”, falou emocionado o pecuarista Carlos Viacava.
Para a presidente do evento, Flavia Roppa, o evento surpreendeu positivamente, pois teve uma participação e aceitação muito grandes do público. “Os participantes se impressionaram com a estrutura oferecida. Aliás, muitos aproveitaram a viagem e levaram suas famílias para aproveitar também os vários pontos turísticos oferecidos pela cidade, que é totalmente turística. Estamos animados em fazer a próxima edição e trazer mais pecuaristas e empresas em 2016”, revelou. A executiva faz questão de frisar que sempre acreditou que a pecuária brasileira merecia um encontro de caráter internacional, com ênfase em relacionamento e, inegavelmente, com a presença de animais. “O Brasil já é o maior exportador mundial de carne bovina e o segundo maior produtor. Com um rebanho de mais de duzentas milhões de cabeças e um grande contingente de pecuaristas que ainda não investem em tecnologia, nosso futuro pode ser ainda mais brilhante. Não faz sentido prescindirmos de um evento de gabarito, realizado num local de classe, com intenso relacionamento e a presença de animais, muitos animais. Em leilões, amostras, exposição e julgamentos. A proposta da Beef é esta e vamos organizá-la no ano que vem ainda maior, mais linda e produtiva. O pecuarista e as empresas do segmento merecem”. Até o ano que vem”, convoca Flávia Roppa.