SAÚDE

31 de março de 2012    473 views
As conexões invertidas nas grandes artérias do coração ocorrem uma vez
a cada 3.000 nascimentos. A cirurgia de Jatene, como a técnica é
conhecida, foi realizada em um bebê de apenas quatro dias

No dia 23 de março, o Centro Cirúrgico da Policlínica Pato Branco
registrou um evento até então inédito nas regiões Sudoeste e Oeste do
Paraná. Os profissionais do Serviço de Cirurgia Cardíaca realizaram
uma cirurgia para correção da transposição dos grandes vasos da base
(TGVB) do coração de uma criança com quatro dias de vida. A
transposição é causada por uma má formação e, de uma forma simplista,
significa a troca de lugar dos vasos que saem do coração - a artéria
aorta se origina no ventrículo direito, em vez de se originar no
esquerdo, e a artéria pulmonar surge no ventrículo esquerdo, em vez de
surgir no ventrículo direito. A cirurgia foi realizada por uma equipe
multiprofissional da Policlínica e levou cerca de seis horas. A menina
saiu da respiração assistida nesta quinta-feira (29) e recupera-se bem
na UTI Neonatal da Policlínica. A família da paciente é do Oeste de
Santa Catarina.
A transposição dos grandes vasos da base é um grave problema que gera
duas circulações paralelas. No bebê operado, a artéria aorta está no
ventrículo trocado e direciona o sangue venoso de volta para a
circulação do corpo, sem ser oxigenado pelos pulmões. “Se a correção
da transposição não fosse realizada, a menina não teria chances de
sobreviver”, explica o médico Paulo Giublin, chefe do Serviço de
Cirurgia Cardíaca da Policlínica e que comandou o procedimento.
Segundo o cirurgião, a correção tem obrigatoriamente que ser realizada
com até 15 dias de vida – depois desse período, o lado esquerdo do
coração pode não suportar mais a troca das artérias.
A cirurgia para correção da TGVB é considerada de grande risco e muito
agressiva à criança, que pesava 3,4 kg. Foi preciso abrir o tórax e
fazer a circulação extracorpórea do sangue (um equipamento faz o papel
do coração). O procedimento só ocorreu na região pelo fato de a
Policlínica deter o serviço de alta complexidade em Cardiologia,
somado à qualidade dos profissionais de saúde e à estrutura acreditada
pela ONA (Organização Nacional de Acreditação) nos 44 setores do
hospital.
A menina está sob os cuidados dos profissionais da UTI Neonal e
Pediátrica da Policlínica, supervisionados pelos pediatras Fernando
Rios Fonseca, Flavio Sbardelotto, Dayse Adazs Fonseca e Nadya Giselle
Almeida da Silva. “Se tudo correr bem, a criança deverá receber alta
em uma semana”, adianta Paulo Giublin. O médico observa ainda que as
perspectivas são de que a paciente tenha uma vida normal assim que
estiver plenamente recuperada da cirurgia.

Equipe
Além do cirurgião cardíaco Paulo Giublin, participaram do procedimento
para correção da transposição dos grandes vasos os médicos Rinaldo
Wolker (cirurgião cardiovascular) e Ivai de Azevedo
(anestesiologista), e a equipe de profissionais do Centro Cirúrgico da
Policlínica Pato Branco.

Legenda: Paulo Giublin
O cirurgião Paulo Giublin explica que as artérias estavam trocadas
devido a uma má formação
Fonte: Antônio Menegatti
 
 
 

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