SEBRAE

10 de maio de 2012    323 views
Proprietário da Hortaviva Sementes desenvolve projeto para levar a produtores de bananas possibilidade viável de melhorar qualidade e produtividade



A experiência de quase duas décadas na gestão de uma pequena empresa, que começou com a comercialização de sementes de hortaliças e fertilizantes, mais a visão empreendedora do empresário Constantino de Marchi Júnior resultaram em um projeto inovador, que aproxima a biotecnologia de pequenas propriedades rurais.



Em Maringá, noroeste do Paraná, o empresário decidiu investir em uma alternativa para inovar os produtos comercializados na empresa, batizada de Hortaviva Sementes, e, ainda, levar para os produtores de bananas uma possibilidade de melhorar a qualidade e a produtividade no campo.



Para tornar viável a ideia, o empresário inscreveu o projeto na Chamada Pública do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (PAPPE Subvenção Paraná). Ao ser selecionado, fechou uma parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) para pesquisar a carga genética da muda da banana que, com intervenções em laboratório, tenha mais efetividade e qualidade no plantio da fruta.



“A biotecnologia é o grande futuro da agricultura. É preciso trabalhar no segmento para aumentar a produtividade no campo. E nós fomos atrás da Universidade, que é um grande centro de pesquisa e detém essa tecnologia”, observa o empresário.



Na prática, Constantino de Marchi Júnior firmou um convênio com a UEM para, a partir de uma empresa incubada na Universidade, pesquisar mudas de bananas com o uso da biotecnologia. O método investe no estudo de um conjunto de técnicas e conhecimento sobre os processos biológicos e sobre as propriedades dos seres vivos para obter produtos de alta qualidade ou assegurar serviços mais eficientes.



“A cultura da banana é facilmente atacada por vírus ou pragas. O que nós fazemos é buscar mudas de bananas no campo, que passam por uma bateria de exames. Nesses testes, é possível detectar várias doenças. No material em que não identificamos nenhuma doença, nós o clonamos com a garantia que, no laboratório, esse material está livre de doenças”, explica Constantino de Marchi Júnior.



De acordo com o empresário, com esse processo seletivo, é possível produzir mudas de bananas em escala geométrica, a partir de uma única matriz, com a garantia de alto padrão de qualidade.



Inovação para o mercado



Para Constantino de Marchi Júnior, o PAPPE Subvenção Paraná foi um instrumento de ligação entre a ideia de pesquisar o uso da biotecnologia e sua aplicabilidade no campo. “Na minha empresa, a Hortaviva Sementes, eu não teria estrutura para criar um laboratório”, afirma o empresário.



Com o convênio firmado com a UEM e o projeto aprovado pelo PAPPE, recursos foram liberados para que Constantino de Marchi Júnior investisse na iniciativa, que já apresenta resultados comerciais.



“Queria ter um milhão de mudas de bananas, que venderíamos tudo no mercado interno. Mesmo com o uso da biotecnologia, o preço da muda chega com um valor acessível para o produtor. Foi importante participar do PAPPE. Eu já tinha a ideia. Gosto muito de plantas. Resolvi inscrever o projeto, que foi selecionado, e damos início ao trabalho”, diz.



No futuro, a possibilidade de criar um laboratório na sede da Hortaviva Sementes, que dê continuidade às pesquisas, está nos planos de Constantino de Marchi Júnior.



Instrumento de apoio



O PAPPE Subvenção Paraná é um mecanismo criado para atender a demanda de empresários de micro e pequenas empresas que buscam inovar, a partir do desenvolvimento ou adequação de produtos ou processos produtivos.



A gestão do PAPPE, bem como a avaliação dos projetos inscritos, é compartilhada por um consórcio institucional, formado pelo Sebrae/PR, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Paraná (IBQP-PR).



Já os recursos financeiros, repassados por meio de subvenções não reembolsáveis, mas que preveem prestação de contas e contrapartidas dos empresários de micro e pequenas empresas, são liberados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.



O consultor do Sebrae/PR, Aloísio Cerqueira, considera a Chamada Pública uma grande oportunidade para os empresários desenvolverem produtos e serviços com características inovadoras, aproveitando o apoio e os recursos públicos.



“O PAPPE é um instrumento valioso de apoio financeiro aos projetos de inovação. Hoje são raríssimas as micro e pequenas empresas que dispõem de recursos para investir em inovação. Com recursos garantidos, o empresário tem condições de pensar no futuro”, explica o consultor.



Aloísio Cerqueira ainda salienta que conhecimento do mercado, no qual a empresa está inserida, é crucial. “É o exemplo de Constantino de Marchi Júnior. Um empresário não pode pensar em desenvolver um novo produto ou serviço sem conhecimento, por isso, é necessário se envolver no processo de desenvolvimento, para ter condições de absorver a transferência de conhecimento tecnológico na empresa, conduzida pelos pesquisadores contratados”, observa.



Para Felipe Couto, coordenador do Núcleo de Capital Inovador do Centro Internacional de Inovação do Senai, empresas que investem em melhorias incrementais de produtos ou processos conquistam posicionamento e resultados de mercado, cada dia mais competitivo.



“O empresário da Hortaviva Sementes soube buscar parcerias para inovar, tem experiência e visão de mercado. Observar os concorrentes também é outra característica fundamental”, avalia Felipe Couto.



O coordenador do Núcleo de Capital Inovador do Centro Internacional de Inovação do Senai ainda salienta que inovação, aplicada a melhorias de produtos ou serviços, gera valor para as micro e pequenas empresas.



O projeto da Hortaviva Sementes está entre os 55 escolhidos pelo PAPPE Subvenção Paraná, que, em recursos financeiros, disponibilizou mais de R$ 13 milhões para incentivar a inovação em pequenos negócios, no Estado.



Sobre o Sebrae/PR



O Sebrae/PR - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná é uma instituição sem fins lucrativos criada para dar apoio aos empresários de micro e pequenas empresas e aos empreendedores interessados em abrir o próprio negócio. No Brasil, são 27 unidades e 800 postos de atendimentos espalhados de norte a sul. No Paraná, cinco regionais e 11 escritórios. A entidade chega aos 399 municípios do Estado por meio de atendimento itinerante, pontos de atendimento e de parceiros como associações, sindicatos, cooperativas, órgãos públicos e privados. O Sebrae/PR oferece palestras, orientações, capacitações, treinamentos, projetos, programas e soluções empresariais, com foco em empreendedorismo, setores estratégicos, políticas públicas, tecnologia e inovação, orientação ao crédito, acesso ao mercado, internacionalização, redes de cooperação e programas de lideranças.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias no Paraná - Giselle Ritzmann Loures
 
 
 

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