Dentre as diversas atrações apresentadas pelo programa Paraná em Ação, cuja primeira etapa do ano aconteceu neste final de semana em Dois Vizinhos, uma das que mais chamou a atenção do público foi, sem dúvida alguma, o estande do Instituto Ambiental do Paraná – IAP, de Foz do Iguaçu. Em parceria com uma ONG especializada em promover a destinação ambientalmente correta de resíduos poluentes, a instituição acompanha a caravana da cidadania propagando iniciativas de proteção ambiental que prometem solucionar graves problemas enfrentados hoje pelos centros urbanos – independente do seu tamanho – gerados pela crescente produção de lixo.
João Repossi Filho, responsável pelo estande do IAP, divulga, entre outras alternativas, o projeto JOGUE LIMPO, NÃO POLUA E NÃO CONTAMINE O MEIO AMBIENTE, idealizado, coordenado e executado pela Associação Fukuoka do Sul do Paraná. Através de convênios firmados com prefeituras, condomínios e empresas em geral, a ONG recolhe e encaminha para empresas recicladoras, objetos e produtos poluentes como pilhas, celulares e baterias, lâmpadas e reatores de luminárias, óleo de frituras e medicamentos com prazo de validade vencido. Além disso, a Organização Não Governamental desenvolve um projeto muito interessante de reciclagem de pontas de cigarros (bitucas). O material é recolhido e armazenado em recipientes apropriados e, após passar por um processo de limpeza e descontaminação, resulta em uma massa de fibras que é utilizada na contenção de encostas em áreas passíveis de desmoronamentos, e também na fixação de margens de rios e córregos, entre outras finalidades.
A grande atração do estande foi uma máquina de reciclagem de EPS, o poliestireno expansível, que comumente conhecemos por Isopor (nome da primeira fábrica do material instalada no Brasil). A convite do escritório do IAP de Foz do Iguaçu, que viu no equipamento uma extraordinária oportunidade de reduzir a poluição causada pelo descarte indiscriminado do EPS presente nas embalagens de inúmeros produtos comercializados diariamente, dois empresários daquela cidade passaram a acompanhar as edições do programa Paraná em Ação nas diferentes regiões do estado, demonstrando o funcionamento do equipamento, que rapidamente tritura e transforma o EPS, diminuindo em 98% o seu volume original. Na sequência, o material é novamente triturado e enviado a uma empresa de Santa Catarina, que utiliza os resíduos na fabricação de rodapés e acabamentos, aplicados na decoração e acabamento de ambientes domésticos.
De acordo com Repossi Filho, a iniciativa dos empresários iguaçuenses está tendo repercussão extremamente positiva, pois além de retirar do meio ambiente um material que não se decompõe em menos de 150 anos, o trabalho está criando uma nova consciência ecológica nos próprios agentes ambientais (trabalhadores que atuam na coleta de materiais recicláveis), que antes não recolhiam o EPS por se tratar de um material muito leve e que produz grande volume, dificultando o transporte, e que hoje o vêem como boa alternativa econômica.
A empresa, que já recolhe resíduos de EPS em toda a Região Oeste do Paraná e em parte do Paraguai, e está firmando parcerias em Londrina, Curitiba e Região Metropolitana, também despertou o interesse local, criando a possibilidade de, brevemente, Dois Vizinhos ver solucionado um problema que preocupa as autoridades ambientais e a própria população, sem alternativas para o descarte correto do popular “isopor”, que persiste no meio ambiente por mais de um século e meio até desaparecer por completo.

Legenda: O prefeito Zezinho Ramuski e o secretário de Planejamento Cleiton Nicaretta fizeram questão de conhecer de perto a máquina que recicla isopor.