Em audiência pública nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa para a discussão da prorrogação dos contratos de pedágios, o presidente da Faciap, Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná, Guido Bresolin Junior, defendeu um modelo de concessão eficiente, com mais controle e tarifas menores.
Para Bresolin, as concessões de rodovias, do modo como foram geridas até aqui, trouxe prejuízos para o Paraná. “O modelo atual trouxe mazelas. Estamos pagando caro e perdendo em competitividade em relação a outros estados”, disse ele. “Há empresários deixando de exportar o seu produto porque não conseguem mais competir em função do custo do transporte rodoviário do estado”.
Guido Bresolin Junior afirmou que o Paraná precisa das empresas concessionárias porque o Governo do Estado está com problemas de caixa. Mas com tarifas mais baixas e um controle mais efetivo. “O Estado não tem dinheiro. Já não havia recurso 20 anos atrás, hoje ele é ainda menor. Por isso, precisamos das empresas. Mas o debate deve ser ampliado”, diz o presidente da Faciap. “Defendo que seja encontrado um modelo mais econômico, mais seguro, administrados por empresas com sustentabilidade. Além disso, é fundamental que existam ferramentas modernas de controle”.
O consultor da FAEP, Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Antônio Ribas, também defendeu contratos mais sustentáveis. Segundo ele, todos os cálculos deveriam ser refeitos, levando em consideração os custos, preços atualizados de obras e parcela de lucro das empresas. “O resultado seria uma redução da tarifa e um número maior de obras sendo executadas. E isso poderia ser aplicado imediatamente, não precisaríamos esperar os cinco anos que faltam para terminar os contratos”.
O deputado estadual Tercilio Turini participou da audiência pública e afirmou que a discussão em torno das concessões de rodovias não pode ficar restrita ao governo do estado e às concessionárias. “Ela precisa ser ampliada, a sociedade precisa participar. Audiências assim são fundamentais para ampliarmos o debate”.
Já para João Arthur Mohr, secretário executivo do Conselho de Infraestrutura da Fiep, a Federação da Indústria do Estado do Paraná, nos próximos cinco anos, prazo para terminar os contratos vigentes, uma nova licitação deveria ser elaborada. As concessionárias vencedoras teriam, entre outras obrigações, terminar todas as duplicações necessárias para o estado em cinco anos. “Assim, em dez anos, o mapa do Paraná estaria com todos os principais eixos rodoviários duplicados”, afirma ele.
O presidente da COOPAVEL, Dilvo Grolli, lembrou do impacto que as altas tarifas de pedágio tem no cooperativismo, que hoje representa 56% de todo o agronegócio paranaense. E defendeu mais transferência e controle. “Por que não temos informações exatas sobre custos diretos e indiretos gerados diariamente às concessionárias e sobre os tipos de veículos que trafegam em cada região, por exemplo?”, afirmou Grolli.
O presidente da Faciap, Guido Bresolin Junior, convocou as entidades da sociedade civil organizada a sentarem juntas para encontrar uma alternativa. “Devemos negociar e nos reunir quantas vezes forem necessárias. Porque quando não sabemos onde está, não sabemos para onde vamos”.